Venho aqui divulgar um vídeo meu que já está no YouTube já faz uns meses e, já que o maluco aqui não atualiza, divulga ou faz alguma coiso no blog já faz um século, resolvi, com muita vergonha, divulgar esse meu vídeo que fiz com uns amigos meus. Espero que gostem :).
sábado, 17 de maio de 2014
A Casa do Lago - Parte I
Me lembro que fora num fim de tarde de primavera. O sol se punha, e formava um belo crepúsculo, com os pássaros piando incansavelmente. Ela era uma bela casa holandesa, que pertencera ao meu recente falecido avô. Me lembro que ela era enorme, era de dois andares além de um sótão e um porão, hall de entrada, um belo lustre, do lada esquerdo, uma enorme sala de estar e um, também enorme, escritório, do outro lado, o lado direito do hall, dava para a sala de jantar e cozinha, da cozinha um belo jardim e uma piscina. No segundo andar, três quartos, uma suíte, dois banheiros e um quarto de empregada, além de uma porta que havia uma estreita e pequena escada que dava para o sótão. O que mais me impressionava, era sua arquitetura majestosa, e janelas enormes, e duas no sótão que lembrava a casa de Amityville. Eu estava de férias e não era um garoto de tantos amigos, por isso eu não me importava em me mudar.
Ela fora construída em 1928, pelo meu tataravô, um renomado arquiteto brasileiro, que adorava as casas holandesas, e decidira construir uma, aqui em Pelotas, no Rio Grande do Sul, na costa. Vivíamos, eu, meu pai, minha mãe e minha irmã numa vizinhança tranquila e calma, afastada um pouco da cidade. Aquele lugar era tudo o que sonhávamos, era perto de uma padaria, era perto de uma delegacia de polícia, eram três minutos de carro até a cidade grande, ou seja, era perto de tudo, e além do mais, ficava ao lado de um rio.
É claro que nem tudo era felicidade, já que meu avô acabara de morrer, e estávamos de luto, principalmente a minha mãe. Ele era um homem muito bom, e morrera com os seus 86 anos, do jeito que queria, na cama, dormindo. No seu testamento, ele deixara a casa e mais 800 mil reais, para podermos ficar bom, antes de meus pais arranjassem um emprego, algo que eles já tinham. Meu pai era o feche de uma loja de automóveis e minha mãe uma escritora de livros de terror.
Mal chegamos e eu já sabia qual seria o meu quarto, um que a vista era o belo rio, e a minha irmã ia ficar num do lado do meu. Os nossos quartos eram interligados por uma porta com janela. Eu subi a grande escada com curvas e pequenos degraus, tropecei duas vezes antes de chegar correndo no meu quarto. Eu era uma garota de dez anos quando isso aconteceu, e minha irmã, uma "aborrescente" de 15 anos. Ela era daquelas garotas que não gostavam de nada, sabe? Só queria um homem, ou um ignorante para perder a virgindade. Mas isso não me incomodava, o que me incomodava era o fato de ela ver o lado ruim das coisas e ser tão chata e ignorante.
O resto da noite foi trabalhador, nós só trouxemos as nossas roupas, já que vivíamos de favor no apartamento de uma amiga de minha mãe no Rio de Janeiro. Os guarda roupas eram colados às paredes e também eram enormes, e deu para colocar as duas malas enormes cheias de roupas no chão dele.
Quando já eram dez horas, o horário que todos tinham que ir, pelo menos para a cama, fiquei usando o meu tablet, e ver um pouco de TV, então adormeci, por causa do ar-condicionado, que me fazia ficar sonolento, mas logo eu ouvi passos... não eram passos, eram pessoas correndo pelo corredor. E depois risos doces e finos, risos de mulher, ou crianças. Acordei com um pressentimento de que havia alguém dentro do guarda roupa olhando para mim. Impossível. Me virei e olhei o gurda roupa. Fechado. Me virei de novo. O quarto que iluminado por uma luz verde que não sabia de onde via. Tentando dormir, fiquei de barriga para baixo, mas ouvi uma bota batendo, e depois pessoas correndo e subindo em uma escada os mesmos risos, mas depois, uma voz de uma garotinha sussurrara alguma coisa inaudível. Sabendo que aquilo não era nada normal, saí da cama, e fui até a parede, que era de onde via os sussurros. Coloquei o ouvido na parede, e comecei a esfregá-lo, até sentir algo bem gelado. Olhei o que era. Era tipo um tubo de ferro, e o sussurro via com mais força de lá, então coloquei o meu ouvido perto para escutar, mas só escutei isso:
"Ela está nos ouvindo! Vamos sair daqui!" Depois passos descendo uma escada, uma porta abrindo e fechando, depois correndo. Eu não entendia nada daquilo, e logo um medo começou a correr sob mim. Um frio na espinha me fez ficar com ânsia e com vontade de cagar ao mesmo tempo. Mas a curiosidade era maior do que o medo, então peguei o meu celular e abri a maçaneta de vidro. Não tinha certeza do que eu estava fazendo, mas eu era, e ainda sou, uma pessoa muito curiosa. Meus passos eram silenciosos e ágeis. Sentia alguém olhando para mim, mas não vi ninguém ao olhar para trás, mas quando olhei para frente e aquela sensação voltara. Tinha que ignorar. Peguei na maçaneta de vidro, que estava muito fria. Girei ela, e ouvi alguém correndo, empurrei aporta, mas alguém empurrara ela para fechar. Eu fazia mais força, mas a outra pessoa do outro lado da porta era mais forte. Empurrei, ela empurrou, empurrei mais forte, e ela empurrou. Logo, ouvi uma garotinha falando:
"Por favor, não entra aqui, foi aqui que eu morri." Fiquei chocada. A voz era triste e juvenil. Fiquei com pena e medo ao mesmo tempo. De repente, fiquei tremendo de medo. Aquela voz... nossa, nunca vou me esquecer, aquela voz era muito triste, e... era a de uma garotinha, meu Deus! Me sentei no chão, senti minhas pernas bambas, mas a minha mãe direita continuava na maçaneta, e coloquei o meu corpo contra a porta. Alguém empurrou a porta para fecha-la. Comecei a chorar de medo. Olhei para baixo, e vi um pouquinho de sangue escorrendo debaixo da porta. Quando olhei para a escada, vi alguém me olhando, alguém que não sabia quem era, mas esse alguém me deu medo. Nós nos olhávamos, até que ele começou a andar, bem de vagar. Comecei a gritar, mas quanto mais gritava, mais ele estava perto, e mais e mais, até que ele estava a uma palmo de mão em mim, ele estava perto ao ponto de tocar em mim. Ele estava todo de preto, e não dava para ver o seu rosto preenchido por uma escuridão perversa. Ele estendeu a mão para mim, a mão, gritei mamãe! Mamãe!, mas era inútil ninguém me ouvia. Era inútil aquilo... inútil. Ele colocara a sua mão com uma luva de couro preta nos meus olhos e disse: Shhh... Não há nada com o que se preocupar, eu estou aqui... a voz era um sussurro, eu acho que era um homem, ou alguma coisa, mas a voz era um tipo de fina e grossa ao mesmo tempo. Logo me vi num lugar preenchido por uma escuridão de trevas. Podia ouvir pessoas falando ao mesmo tempo, não consegui entender o que elas falavam, comecei a chamar por minha mãe... Mamãe... Mamãe... Mamãe! Mamãe! MAMÃE! MAMÃE!
O resto da noite foi trabalhador, nós só trouxemos as nossas roupas, já que vivíamos de favor no apartamento de uma amiga de minha mãe no Rio de Janeiro. Os guarda roupas eram colados às paredes e também eram enormes, e deu para colocar as duas malas enormes cheias de roupas no chão dele.
Quando já eram dez horas, o horário que todos tinham que ir, pelo menos para a cama, fiquei usando o meu tablet, e ver um pouco de TV, então adormeci, por causa do ar-condicionado, que me fazia ficar sonolento, mas logo eu ouvi passos... não eram passos, eram pessoas correndo pelo corredor. E depois risos doces e finos, risos de mulher, ou crianças. Acordei com um pressentimento de que havia alguém dentro do guarda roupa olhando para mim. Impossível. Me virei e olhei o gurda roupa. Fechado. Me virei de novo. O quarto que iluminado por uma luz verde que não sabia de onde via. Tentando dormir, fiquei de barriga para baixo, mas ouvi uma bota batendo, e depois pessoas correndo e subindo em uma escada os mesmos risos, mas depois, uma voz de uma garotinha sussurrara alguma coisa inaudível. Sabendo que aquilo não era nada normal, saí da cama, e fui até a parede, que era de onde via os sussurros. Coloquei o ouvido na parede, e comecei a esfregá-lo, até sentir algo bem gelado. Olhei o que era. Era tipo um tubo de ferro, e o sussurro via com mais força de lá, então coloquei o meu ouvido perto para escutar, mas só escutei isso:
"Ela está nos ouvindo! Vamos sair daqui!" Depois passos descendo uma escada, uma porta abrindo e fechando, depois correndo. Eu não entendia nada daquilo, e logo um medo começou a correr sob mim. Um frio na espinha me fez ficar com ânsia e com vontade de cagar ao mesmo tempo. Mas a curiosidade era maior do que o medo, então peguei o meu celular e abri a maçaneta de vidro. Não tinha certeza do que eu estava fazendo, mas eu era, e ainda sou, uma pessoa muito curiosa. Meus passos eram silenciosos e ágeis. Sentia alguém olhando para mim, mas não vi ninguém ao olhar para trás, mas quando olhei para frente e aquela sensação voltara. Tinha que ignorar. Peguei na maçaneta de vidro, que estava muito fria. Girei ela, e ouvi alguém correndo, empurrei aporta, mas alguém empurrara ela para fechar. Eu fazia mais força, mas a outra pessoa do outro lado da porta era mais forte. Empurrei, ela empurrou, empurrei mais forte, e ela empurrou. Logo, ouvi uma garotinha falando:
"Por favor, não entra aqui, foi aqui que eu morri." Fiquei chocada. A voz era triste e juvenil. Fiquei com pena e medo ao mesmo tempo. De repente, fiquei tremendo de medo. Aquela voz... nossa, nunca vou me esquecer, aquela voz era muito triste, e... era a de uma garotinha, meu Deus! Me sentei no chão, senti minhas pernas bambas, mas a minha mãe direita continuava na maçaneta, e coloquei o meu corpo contra a porta. Alguém empurrou a porta para fecha-la. Comecei a chorar de medo. Olhei para baixo, e vi um pouquinho de sangue escorrendo debaixo da porta. Quando olhei para a escada, vi alguém me olhando, alguém que não sabia quem era, mas esse alguém me deu medo. Nós nos olhávamos, até que ele começou a andar, bem de vagar. Comecei a gritar, mas quanto mais gritava, mais ele estava perto, e mais e mais, até que ele estava a uma palmo de mão em mim, ele estava perto ao ponto de tocar em mim. Ele estava todo de preto, e não dava para ver o seu rosto preenchido por uma escuridão perversa. Ele estendeu a mão para mim, a mão, gritei mamãe! Mamãe!, mas era inútil ninguém me ouvia. Era inútil aquilo... inútil. Ele colocara a sua mão com uma luva de couro preta nos meus olhos e disse: Shhh... Não há nada com o que se preocupar, eu estou aqui... a voz era um sussurro, eu acho que era um homem, ou alguma coisa, mas a voz era um tipo de fina e grossa ao mesmo tempo. Logo me vi num lugar preenchido por uma escuridão de trevas. Podia ouvir pessoas falando ao mesmo tempo, não consegui entender o que elas falavam, comecei a chamar por minha mãe... Mamãe... Mamãe... Mamãe! Mamãe! MAMÃE! MAMÃE!
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Essa é a primeira parte de uma série de outras que pretendo escrever aqui no blog sob minha autoria. Espero que tenha gostado dela, e em breve virá a segunda parte.
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