Chocante, perturbador, complexo, intrigante, ousado e perfeito — em todos os sentidos.
Esse suspense pode ser simples, mas Darren Aronofsky consegue envolver o espectador até o fim do filme, tornando uma história simples em complexa, e não é só o diretor que consegue envolver o espectador, Natalie Portman (Nina), divina como sempre, também consegue envolvê-lo com sua atuação brilhante.
No filme, Nina (Natalie Portman), uma mulher frágil e medrosa (que também tem o seu dark side) faz parte de uma companhia de balé que foi escolhida para substituir Beth (Winona Ryder), a primeira bailarina. Mas, oque seria uma grande vitória, Nina tem problemas (e muitos), primeiro, tem um problema pessoal especialmente com sua mãe (Barbara Hershey), que é uma mulher super controladora, e vive sendo pressionada por Leroy (Vincent Cassel), que vive alertando-a pela sua falta de paixão pela dança, que sempre é frígida, e também passa a enxergar uma concorrência vindo de uma das bailarinas, Lily (Mila Kunis). Mas, Nina não pensava que todos esses problemas não iriam tomar conta, tanto de sua vida pessoal, quanto de sua insanidade, desencadeando uma série de visões que vão comprometendo sua sanidade.
Para poder entender a mente perturbada de Nina, os roteiristas (Mark Heyman, Andrés Heinz e John J. McLaughlin) vão inserindo uma série de eventos perturbadores e traumáticos (me traumatizou) para deixar o espectador mais intrigado e envolvendo-o ainda mais com o filme e a personagem. E além disso, eles (os roteiristas) também inserem cenas calientes envolvendo Nina, como na cena em que ela fantasia uma cena de sexo lésbico com Lily, ou quando Leroy beija ela, e Nina se masturbando... e é melhor eu parar por aqui se não esse texto terá muitos spoilers.
E uma coisa que deve ser destacada também é abrilhante trilha sonora de Clint Mansell, que faz uma espécie de Lago dos Cisnes contemporânea que eu adorei demais, a trilha sonora é colocada no momento certo para dar mais intensidade para as cenas das visões de Nina e também a fotografia de Matthew Libatique, que intensifica mais o suspense. E os efeitos especiais... não tenho palavras para descreve-lo, que são muito bons. E uma das cenas que mais me intrigam, (spoiler) é aquela em que Nina "mata" Lily, mas quando um dos atos terminam e Nina vai para seu camarim, ouve alguém batendo na porta e vê Lily, e Nina percebe que foi ela mesma que se apunhalou, numa alucinação.
Só mais essa coisa que tenho a dizer sobre o roteiro é que ele me cheira a Hitchcock, por causa da mãe controladora e, eu não me lembro de que site eu li isso, mas também a um filme muito conhecido do melhor cineasta de filmes, Dario Argento, Suspiria, que usa o balé como o desafio psicológico da personagem principal, então, na minha opinião, Suspiria é a influência mais forte que Black Swan tem, e é por isso que ele é perfeito. A minha nota desse filme, de 0 a 10, 10.
Ficha técnica:
Direção: Darren Aronofsky
Roteiro: Mark Heyman, Andres Heinz e John J. McLaughlin
Trilha Sonora: Clint Mansell
Com: Natalie Portman........Nina Sayers/Rainha dos Cisnes/Cisne Branco e Negro
Milas Kunis...............Lily/Cisne Negro
Vincent Cassel..........Thomas Leroy
Barbara Hershey.......Erica Sayers
Winona Ryder...........Beth
Benjamin Millepied....David/Príncipe
Ksenia Solo...............Veronica/Cisne
Kristina Anapau.........Galina/Cisne
Janet Montgomery.....Madeline/Cisne
Sebastian Stan...........Andrew
Toby Hemingway.......Tom
Sergio Torrado...........Sergio
Gênero: Drama Psicológico e Suspense
Lançamento: 3 de Dezembro de 2010 (EUA) 4 de Fevereiro de 2011 (Brasil)
Curiosidades:
Darren Aronofsky começou a se interessar por balé na época em que sua irmã estudava dança na High School Performing Arts, em Nova York.
Inicialmente, Aronofsky planejava contar a história de Black Swan como parte do enredo de The Wrestler. Ele planejava inserir uma trama de romance entre o um lutador de box e uma bailarina, mas percebeu que dois mundos tão diferentes não iria dar certo num mesmo filme.
O conceito do filme surgiu quando o diretor leu um roteiro chamado The Understudy, ambientado numa companhia de teatro de New York. Ele gostou do que leu, e contratou roteiristas para reescrevê-lo e propôs que o cenário fosse mudado para uma companhia de balé.
Meryl Streep esteve cogitada para interpretar a mãe de Nina, Erica. Blake Lively e Eva Green fizeram testes para interpretar Lily. Na fase de pré-produção, houve rumores que Rachel Weisz ou Jennifer Connelly poderiam dar vida a Beth.
Portman sugeriu ao diretor que trouxesse Mila Kunis para participar do filme. Mila teve um bate-papo com Aronofsky via Skype e ganhou o papel de Lily mesmo em uma audição presencial.
Para ficar mais parecida com uma bailarina profissional, Natalie Portman teve que perder quase 10 quilos. Antes disso o peso médio da atriz era 53 quilos. Portman se exercitava cinco horas por dia, fazendo balé, cross-training e natação.
Kunis teve contato com a dança na infância. Com a preparação do papel, a atriz passou a praticar com um instrutor profissional durante 3 meses. Kunis chegou a aprender a dançar en pointe, uma das técnicas mais avançadas do balé clássico.
Portman revelou que Aronofsky tentava colocá-la contra Kunis, para que a tensão entre as personagens fosse mais real nas telas. Ele procurava manter as duas em ambientes separados sempre o possível e mandava mensagens de texto elogiando o desempenho de outra, tudo para que elas se dedicassem ainda mais para os papéis.
Existe um espelho, ou uma superfície refletora em quase todas as cenas dos filme, o único lugar onde não tem é o palco onde Nina dança o Lago dos Cisnes no clímax do filme.
A cena de sexo entre Lily e Nina acontece aos 69 minutos do filme, se é que você me entende.
Fontes: Adoro Cinema, IMDB, Wikipédia e 101 Horror Movies