Mario Bava foi um cinematógrafo, roteirista e cineasta italiano da Era de ouro do cinema italiano. Nascido na cidade costeira italiana San Remo e 14 de julho de 1914, Bava é um dos diretores mais cultuados e influente, tendo influenciado grandes cineastas de hoje em dia, como Quentin Tarantino e Tim Burton. Se não fosse pelo Mario Bava, não teríamos filmes como Friday the 13th (1980) e Alien (1979), sem citar vários outros filmes da cultura pop.
Filho de Eugenio Bava (1886-1966), um escultor que contribuiu para o cinema mudo italiano no início do século XX, a primeira ambição de Bava era ser pintor, mas como não ganhava dinheiro e não conseguia se sustentar decidiu seguir os passos do pai e resolveu trabalhar na indústria cinematográfica como assistente de direção.
Bava tornou-se diretor de fotografia por vontade própria em 1939, quando dirigiu dois curtas com Roberto Rosellini.
Agora, pulando diretamente para os anos 50, mais precisamente em 1957, que foi o ano em que Bava teve uma de suas primeiras experiências como diretor, completando o filme I Vampiri (1957) de Ricardo Freda, que decidiu abandonar a produção e Bava foi chamado para completar o filme e injustamente não foi creditado como diretor, apenas como diretor de fotografia. A mesma coisa aconteceu em 1959, quando Bava foi contratado por Freda para ser o diretor de fotografia de Caltiki - Il monstro Immortale. Freda deixou a produção dois dias depois, deixando tudo nas mãos de Bava e ainda assim, Bava não foi creditado.
Mas, parece que o mundo dá voltas (queridinha), e, Lionello Santi, produtor de Caltiki, viu o quão injustiçado Bava e decidiu recompensa-lo por Caltiki dando oportunidade a Bava para escolher o primeiro filme oficial de sua carreira como diretor, que, já que era um devoto à literatura russa, escolheu a estória Vij, de Nikolai Gogol, como fundação para La Maschera del Demonio, considerado como o último grande filme de terror italiano em preto e branco. O filme foi um grande sucesso internacional, e levou a iniciante Barbara Steele ao estrelado.
Não querendo repetir o sucesso com mais um filme de terror em preto e branco, dessa vez Bava dirigiu três filmes em cores, todos de 1961, sendo eles: Le meraviglie de Aladino, Ercole al Centro della Terra e Gli Invasori. Em 1963 ele lança o primeiro filme considerado o precursor do giallo italiano, La Ragazza che Sapeva Troppo (1963), que foi muito re-editado nos Estados Unidos, feito novas cenas uma outra trilha sonora feita para o filme. Bava odiou a versão americana do filme.
Depois desse, ele lança I Tre Volti della Paura (1963), um filme com estórias curtas de terror. Além desse ele lança o polêmico La Frusta e il Corpo (1963), um filme muito além de sua época e que foi muito cortado pela censura, depois um dos giallos mais influentes: 6 Donne per L'Assassino (1964), um western spaghetti pouco conhecido La Strada per Forte Alamo (1964) e Terrore nello Spazio (1965). Por causa do forte teor adulto, pesado e a sensualidade em seus filmes, fez com que Bava não trabalhasse mais para a AIP (American Internacional Pictures) e começasse a fazer filmes independentes.
Em 1966, Bava fez quatro filmes, mas destacam-se dois: a frustrada comédia Le Spie Vengono dal Semifreddo, que é um filme ruim segundo a crítica e o cultuado e influente Operazione Paura. Esse ultimo fez mais sucesso e provou que Bava pode proporcionar muito com pouco. A produção ficou sem dinheiro depois de duas semanas e todos decidiram continuar com o trabalho de graça. Em 1968, Bava lança a comédia Diabolik, baseada em quadrinhos, que fez muito sucesso e foi produzida por Dino de Laurentiis. Diz a lenda que de Laurentiis deu a Bava três milhões de dólares e esse só utilizou 400 mil.
Em 1970, Bava lança o filme 5 Bambole per la Luna D'Agosto, um filme levemente baseado no livro Ten Little Nigers de Agatha Christie, mas Bava nunca afirmou isso. No mesmo ano ele lança Il Rosso Segno della Follia, um filme à la Psycho de Alfred Hitchcock.
Em 1971, um anos depois do lançamento de L'Uccello dalle Piume de Cristallo (1970) de Dario Argento, o chamaram de ultrapassado e Bava decidiu provar que ele era tudo, menos ultrapassado com o filme: L'elcologia del Dellito: Reazione a Catena. Devo ressaltar que o filme é o ápice da carreira de Bava e um dos melhores que ele dirigiu, dando beijinho no ombro pros inimigo. Em 1972, ele lança Gli Orrori del Castelo di Norimberga, um dos filmes produzidos por Alfredo Leone e no mesmo ano, Quante Volte... Quella Notte, uma comédia romântica que beira ao suspense que foi dirigida em 1969, mas só conseguiram lançá-la em 1972.
Bava não conseguiu lançar dois filmes cultuados hoje em dia. Em 1973, Lisa e il Diavolo e em 1974, Canni Arrabbiati. Lisa foi re-editado e re-escrito e Cani, a produtora foi a falência e o filme nunca foi completado, até que nos anos 1990, o seu filho decidiu completá-lo e lançá-lo. Devido aos dois fracassos, ele decidiu se aposentar, mas em 1977 seu filho decidiu roteirizar o que seria o último filme do pai: Schock, que mostra uma parceria com Argento, já que é protagonizado por Daria Nicolodi, a esposa de Argento na época.
Depois de vários altos e baixos na carreira dele, o maestro do macabro, Mario Bava morreu em 27 de abril de 1980, aos 65 anos devido a um ataque cardíaco em Roma, deixando uma bela e se não invejada, além de brilhante carreira cinematográfica.
Filmografia Selecionada:
La Maschera del Demonio (1960)
La Ragazza che Sapeva Troppo (1963)
I Tre Volti della Paura (1963)
La Frusta e il Corpo (1963)
6 Donne per L'Assassino (1964)
Terrore nello Spazio (1965)
Operazone Paura (1966)
Diabolik (1967)
5 Bambole per la Luna D'Agosto (1970)
Il Rosso segno della Follia (1970)
Reazione a Catena (1971)
Gli Orrori del Castello di Norimberga (1972)
Quante Volte... Quella Notte (1972)
Lisa e il Diavolo (1973)
Canni Arrabbiati (1974)
Schock (1977)
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