quarta-feira, 25 de junho de 2014

Mario Bava: Sei Donne per L'Assassino (1964)

 Como disse anteriormente, pense que giallo é um livro, e que além de La Ragazza che Sapeva Troppo ser a introdução, Sei Donne per L'Assassino também faz parte. Juntando a premissa do(a) americano(a) que vai à Itália, e presencia um assassinato e começa a investigar por conta própria, e as mortes extremamente gráficas, temos um belo giallo.


Mas esse daqui meu caro leitor, não fez um junção com La Ragazza..., não. O mestre Mario Bava só coloca as morte gráficas, que só ele sabe dirigir. Só Bava consegue dirigir um assassino perseguindo uma mulher, só para depois matá-la com uma luva com uns negócios pontiagudos, ou queimar o lindo rosto de outra. Uma ótima direção de Bava, juntando com sua fotografia que abusa, literalmente, de cores primárias, como o vermelho e o azul, e a trilha sonora de Carlo Rustichelli só poderia resultar na primeira obra prima do diretor (e um orgasmo em qualquer fã de filme de terror). Quase tudo nesse filme é ótimo, a única coisa são as atuação típicas dos italianos, mas eu não culpo ninguém e isso não prejudica praticamente nada no filme. Ele é e sempre será o meu filme giallo favorito.
Bom, para começo de conversa, Bava já estava cansado daquela coisa chata dos filmes policiais, usando a premissa do whodunit, que o filme inteiro era o detetive tentando encontrar o assassino, seguindo pistas e interrogando as pessoas. Quero lembrar que estamos nos anos 1960, e os filmes baseados nos livros de Edgar Wallace estavam fazendo sucesso. Mas, como o nosso querido Bava gostava de inovar, ele decidiu ignorar o detetive, e se concentrar mais nos personagens secundários, ou seja, ele explorou mais o lado das vítimas, que é praticamente a primeira hora do filme, mas, no terceiro e último ato, Mario Bava já deixa claro quem é o assassino, e qual são as suas motivações. A sinopse é a seguinte: Quando Isabella (Francesca Ungaro) é assassinada por um figura com o rosto coberto por um pano ou coisa assim, e quando  a Condessa Christiana (Eva Bartok), a dona do ateliê de moda a qual Isabella trabalhava, encontra o seu corpo num armário, iniciam as investigações. Quando Nicole (Ariana Gorini) encontra o diário de Isabella, o assassino a mata, mas quando ele descobre que ele não está em sua bolsa, o assassino começa a matar as mulheres do ateliê impiedosamente para encontrar a todo custo o maldito diário.

A única coisa que eu não gostei, foi da cena da morte de Greta, interpretada por Lea Lander que por sinal está muito boa como uma mulher fora do controle, com um assassino sádico solto pelo ateliê. Eu não gostei porque, qual é? É muito ruim. A partir de agora, vou ter que fazer um SPOILER. A morte dela é a seguinte: quando ela encontra a Peggy (Mary Arden) morta, ela devia ter chamado a polícia, certo? Mas a burra não chamou. Ela pegou a Peggy e a colocou dentro da casa, debaixo da escada. Aí, quando ela é morta, o corpo de Peggy não cai sobre ela, mas sim do lado dela, ela poderia ter simplesmente ter se levantado e fugir, mas ela fica no chão, esperando para morrer. É muita canastrice mesmo. Mas, ou mesmo tempo que eu não gosto dessa cena, eu gosto dela, porque é uma das mais impecáveis já feitas. Nossa, só Mario Bava mesmo para me fazer odiar  amar um cena que ele fez.
Como disse anteriormente, o filme é ótimo, com uma atmosfera única, e nunca vista em um filme. Se você ver ele, vai se esquecer que ele é de 1964, mas sim dos dias de hoje. Apesar do filme ser orgásmico, quer dizer, muito bom, foi um fracasso de bilheteria na Itália, tendo arrecadado somente 123 milhões de Liras ( cerca de 154 reais), em seu lançamento em 14 de Março de 1964, metade do custo da produção. Mas isso não foi o fim do mundo. Ele foi um sucesso financeiro na Alemanha Ocidental. E também influenciou muitos filmes. Você deve estar pensando que Halloween e Friday the 13th vieram do nada certo? Pois quem pensa isso está redondamente errado. Se não fosse por esse filme, não teríamos Michael Myers e o Jason. Então pode dar graças a Mario Bava, um diretor injustiçado, por ter feito esse deleite de filme.
Nota: 9,3

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